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No esporte — assim como na vida — não basta ter talento. Você precisa se provar a cada segundo para pessoas que, na maioria das vezes, não fazem ideia da sua jornada de esforço e dedicação.

É cansativo, desgastante e até mesmo constrangedor, porém inevitável. Para alçar voos altos em sua carreira, não basta apenas vencer, mas também convencer.

É mais ou menos nisso que se baseia a trajetória vitoriosa, porém conturbada, de Bruno Mossa de Rezende, o Bruninho, no voleibol brasileiro.

Nascido no Rio de Janeiro em 2 de julho de 1986, a relação de Bruno com o vôlei vem de sangue.

Com tanta influência vinda dos dois lados de casa, o jovem iniciou na modalidade aos 10 anos no Fluminense.

Contudo, logo se mudou para a cidade de Campinas (SP) e seus interesses esportivos mudaram completamente, passando a praticar o futebol e o badminton — chegando a ser campeão do Pan-Americano infantojuvenil com as raquetes.

O voleibol só voltou à sua vida pra valer aos 14 anos — para nunca mais sair. No auge da adolescência, Bruninho decidiu focar todo o seu tempo e esforços no esporte dos pais.

(Imagem: X | Reprodução)

Bruninho despontou no voleibol brasileiro atuando pela equipe do Cimed, por onde ficou até o ano de 2011.

Neste período, conquistou quatro títulos da Superliga Masculina, cinco edições do Campeonato Catarinense, uma Copa Brasil e um Campeonato Sul-Americano.

Com todo o sucesso no seu clube, o jovem jogador foi convocado pela primeira vez para a seleção, para integrar o elenco da amarelinha no Pan-Americano de 2007, disputado aqui no Brasil.

"Só está lá por causa do pai"

Rapidamente, veio uma chuva de críticas fazendo referência a ele ser filho do treinador, mesmo que ele tivesse apenas como o terceiro levantador do elenco — banco do banco.

Para aumentar o caos, o levantador titular Ricardinho foi cortado, o que fez a teoria de nepotismo surgir por parte da imprensa e da opinião pública.

Não tinha outro jeito… Bruninho teria que superar todos os seus limites para conquistar a aprovação dos torcedores brasileiros.

(Imagem: Getty Images | Reprodução)

Ainda em meio a contestação, Bruninho estreou em Jogos Olímpicos com a responsabilidade de ser titular da equipe brasileira.

O “fardo” foi prontamente recompensado com a medalha de prata após a derrota para os norte-americanos.

Mesmo batendo na trave em Pequim, o levantador seguiu trabalhando duro para conquistar ainda mais importantes feitos, como o seu primeiro — e único — título mundial, em 2010.

A “bala de prata” em Londres 🇬🇧

Titular absoluto e ao lado de uma equipe repleta de jogadores experientes e novas revelações, Bruninho voltou a ser prata em uma Olimpíada.

Mas, dessa vez, a dor foi infinitamente maior, pois o Brasil conseguiu levar uma virada histórica depois de estar vencendo a Rússia por dois sets a zero.

Bruninho ainda bateu na trave algumas vezes em Ligas Mundiais e no Campeonato Mundial de 2014.

A glória veio em casa

Depois de tanto sofrimento, uma hora, a recompensa tinha que acontecer. Era o justo. Era o que o esporte proporciona de melhor — grandes histórias escritas por linhas tortas.

Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro não teve medalha prateada. Nada disso. Dessa vez, Bruninho pôde subir no lugar mais alto do pódio ao lado do seu povo, na sua cidade.

Ao lado do seu maior ídolo — seu técnico e seu pai, Bernardinho. Veja a emoção do atleta com o hino nacional brasileiro.

(Imagem; Reuters | Reprodução)

Era a consagração daquele garoto que chegou à seleção brasileira como “filho do Bernardinho”, mas que conseguiu mostrar que não estava ali pelo seu sobrenome, mas pelo seu talento.

Tanto que conquistou o respeito e a qualificação de levantador mais completo de todos os tempos do Brasil.

Falando nele…

O bom filho à casa torna. Depois de mais de uma década atuando no voleibol italiano, Bruninho está de volta ao Brasil! O jogador de 37 anos foi anunciado pelo Vôlei Renata Campinas, atual vice-campeã da Superliga.

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