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Por trás de cada vitória, existem dias e dias de treinamentos incansáveis. Por trás das derrotas, existe a tristeza, a angústia e, em algumas vezes, até mesmo a depressão.

No caso de Diego Hypólito, todas essas características fazem parte de sua trajetória de uma maneira extremamente intensa e peculiar.

O curioso é que talvez sejam justamente elas as responsáveis por um dos maiores nomes da ginástica artística brasileira.

Nascido em 1986 na cidade de Santo André (SP), Diego Hypólito começou logo aos sete anos na ginástica — por incentivo da sua irmã mais velha, Daniele.

Filho de um motorista de ônibus e uma costureira, Diego e sua irmã não tiveram uma infância de luxos e privilégios — muito pelo contrário.

Em sua biografia “Não Existe Vitória Sem Sacrifício” — clique aqui se quiser comprar — Diego relata momentos desafiadores na infância.

Sendo sincero, foram poucos os dias em que a gente, de fato, não teve o que comer, porque meu pai e minha mãe eram incansáveis. Mas foram dias que me marcaram muito, dos quais eu me lembro até hoje perfeitamente.

A instabilidade financeira era vivida em meio à drástica mudança de vida da família, que saiu de Santo André rumo ao Rio de Janeiro por conta de Daniele, que havia sido convidada pelo Flamengo para treinar nas dependências do clube.

Mas as adversidades não foram capazes de tirar o jovem da ginástica. O início de tudo foi em 2001, quando começou a participar de campeonatos juvenis.

No ano seguinte, já com 16 anos, Hypólito conquistou duas medalhas de ouro no Campeonato Brasileiro Sênior, além de ter participado do Campeonato Mundial de Londres.

O sucesso foi tão repentino que resultou no bicampeonato mundial em 2005 e 2007, feitos que colocaram o brasileiro como o grande favorito à medalha dourada nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Quedas y mais quedas

Mas nem sempre o favoritismo resulta em vitória. Diego estreou nos Jogos Olímpicos com uma dura derrota ao se desequilibrar e cair de bunda depois do seu último salto.

O que era pra ser o grande momento de sua carreira se transformou num pesadelo sem fim.

(Imagem: COB | Reprodução)

Quatro anos se passaram e o sonho da medalha olímpica ficou pelo caminho mais uma vez, em mais um erro.

Diego Hypólito precisou suportar as duras críticas vindas do público, além da amargar a dor de ser demitido do Flamengo, clube pelo qual treinou durante quase duas décadas.

Longe da família e dos amigos, o ginasta entrou em um quadro sério de depressão, a ponto de emagrecer 10kg devido aos remédios que tomava constantemente para dormir. Parecia o fim de um dos mais talentosos atletas do esporte brasileiro.

Vendo toda a situação delicada em que seu filho se encontrava, a mãe de Diego foi para São Paulo para ficar perto dele.

Se recuperando da depressão, Hypólito precisou treinar “de favor” no Pinheiros até ser contratado pelo ASA, de São Bernardo do Campo.

O renascimento de uma estrela

Com o apoio de seus companheiros, o ginasta voltou à seleção brasileira para o mundial da China, em 2014, mas como segundo reserva. Quis o destino que Pétrix Barbosa e Caio Souza não pudessem se apresentar, colocando Diego “de volta ao show”.

O resultado? Medalha de bronze e uma reviravolta na carreira praticamente definhada pelas falhas nos Jogos Olímpicos. Mas a superação viria em justamente em casa, dois anos depois.

Caiu de pé e com uma medalha no peito

(Imagem: COB | Reprodução)

Enfim, a glória! Em sua terceira tentativa nos Jogos Olímpicos, Diego Hypólito fez uma excelente apresentação — desta vez sem nenhum erro — e conquistou a tão almejada medalha de prata no solo. 🥈

Diego se despediu da ginástica artística em 2019 com uma medalha olímpica, cinco medalhas de mundiais, oito medalhas de Pan-Americanos e três medalhas em sul-americanos.

Em meio a tantas conquistas, fica fácil dizer que superar a depressão, as críticas e até mesma a questão de sua sexualidade são a grande vitória que Hypólito tem para demonstrar ao mundo.

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