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No novo comercial da American Eagle, Sydney Sweeney aparece de jeans, fundo branco, voz suave. Anda, fala sobre as calças, te convence a comprar, vira de lado. Acabou.

A produção parece saída de um comercial dos anos 90 ou 2000.

Tudo bem direto. A garota bonita. O produto. Nada de discursos longos, nem mensagens explícitas sobre identidade ou propósito. A estética fala por si.

Pouco menos de 24 horas da publicação: As ações da American Eagle subiram 20%, o site da marca saiu do ar por excesso de acesso e as redes acumularam mais de 10 milhões de interações.

A campanha da semana não é apenas um acerto de marketing. É um sintoma. Um reflexo.

Nos últimos anos, o mundo relativizou tudo. O que é belo, o que é certo, o que é clássico. Nos últimos anos, a própria propaganda — mas não só ela — tentou taxar a beleza de opressora e a harmonia como construção patriarcal.

Criou-se uma cultura em que o valor estava no desalinho, no ruído, na quebra constante. Ser admirável virou motivo de suspeita. A regra era não se encaixar — e, se você se encaixava, era melhor se bagunçar.

Mostrar imperfeições virou obrigação. Rejeitar padrões — mesmo os mais naturais — virou quase um sinônimo de inteligência.

O resultado: pessoas perdidas, emocionalmente esgotadas e “identitariamente” confusas.

Não à toa, casos de depressão e ansiedade aumentaram mais de 25% nos últimos 5 anos.

Mais de 1 bilhão de pessoas convivem com algum transtorno mental, sendo os jovens de 15 a 29 anos — mesma idade da Sydney — os mais afetados.

Há uma angústia existencial cada vez mais comum. Entre os jovens da Geração Z, 74% afirmam “não saber o que querem da vida”, segundo levantamento da McKinsey em 2023.

Desde 2000, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens adultos já cresceu 80%, revelando o impacto profundo e contínuo dessa crise de identidade completa.

A cada mês, uma nova regra, uma nova verdade, um novo ideal a ser seguido — ou rejeitado. E quando tudo vira desconstrução, o simples passa a soar como alívio.

Foi só um comercial com uma loira bonita e um jeans bem cortado. Nada revolucionário ou inovador.

Mas sabe o que é mais interessante? Talvez a comoção em torno da campanha não seja fruto da nostalgia — mas sim da exaustão.

Exaustão de precisar ter uma opinião sobre tudo, da sensação de “pisar em ovos” o tempo todo e do medo de “ser cancelado”.

Talvez muito mais gente que se imaginava esteja cansada de “se adequar” nesse caos indefinido que nos venderam de uns tempos pra cá.

No fim do dia, talvez a resposta esteja na simplicidade do jeans. Porque, quando tudo ao redor é excesso, o simples deixa de ser básico — e volta a ser extraordinário.

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