Toda família tem a sua tradição, por mínima que seja. No caso dos Grael, o legado está em ser uma das famílias esportistas mais vitoriosas do mundo… Legado esse que foi construído ao longo de muitos anos.
O progenitor de tudo. Em 1930, o dinamarquês Preben Schmidt comprou o barco usado por seus conterrâneos na conquista da prata dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, para navegar na Baia de Guanabara (RJ).
Preben teve três filhos, sendo dois deles os gêmeos Axel e Eric Schmidt, que herdaram do pai a paixão pelo mar, mas levando-a para um outro nível.
A dupla simplesmente faturou três títulos mundiais — 1961, 1963 e 1965 —, além de participar dos Jogos Olímpicos na Cidade do México, em 1968, e Munique, em 1972.
As primeiras medalhas da família Grael
Enquanto Axel e Eric Schmid faziam história na modalidade, os sobrinhos Torben e Lars Grael já despontavam na vela desde muito pequenos.
No entanto, mesmo com sucesso nas regatas nacionais durante sua juventude, os irmão acabaram não permanecendo juntos para as disputa olímpicas por escolherem modalidades diferentes.
🏅 No problems. Torben e Lars Grael somam 7 das 12 medalhas olímpicas que o Brasil conquistou na vela entre 1984 e 2004.
Torben Grael 🥇2🥈1🥉2
(Imagem: X | Reprodução)
Simplesmente o maior medalhista olímpico brasileiro ao lado do colega de esporte Robert Scheidt, Torben iniciou sua trajetória nos Jogos em 1984 na classe Soling… E já faturou a prata com Daniel Adler e Ronaldo Senff.
Na edição seguinte, na Coreia do Sul, Torben Grael e Nelson Falcão se uniram para conquistar o bronze na classe Star.
Em 1992, o velejador até passou em branco, mas, quatro anos depois, viria o grande triunfo no mar do litoral de Savannah, cidade a 400 quilômetros de Atlanta, sede da edição.
🏆 Ouro inédito tanto para a sua carreiraquanto para a família Grael.
E teve mais. Na edição seguinte, em Sidney, Torben voltou “apenas” com o bronze. No entanto, em 2004, ele sacramentou seu nome na história do esporte.
🏆 Bicampeão olímpico ao lado do seu companheiro Marcelo Ferreira.
Lars Grael 🥉2
Se você acha que foi só Torben que colocou seu nome na história da Vela, estás muy enganado.
Lars conquistou duas medalhas olímpicas de bronze, uma em Seul, em 1988, e a outra em Atlanta, em 1996. Contudo, um fato triste marcou a sua carreira.
No dia 6 de setembro de 1998, uma lancha invadiu a área de prova e chocou-se com o veleiro de Lars Grael. O choque com a hélice da lancha fez com que a perna do velejador fosse decepada. Felizmente, Lars voltou a competir posteriormente.
Dos irmãos para a filha
Em 2016, a família Grael retornaria aos Jogos Olímpicos, mas agora representada por Martine Grael, filha de Torben, que faria sua primeira aparição na principal competição esportiva do mundo.
Tal pai, tal filha. Seguindo os “ventos” paternos, Martine conseguiu uma medalha logo na sua estreia de Olimpíadas. Mas, diferente do seu pai que ficou com a prata, ela conquistou o ouro.
Como se isso não bastasse, ela superou a marca do pai e se tornou bicampeã olímpica logo em sua 2ª aparição.
(Imagem: COB | Reprodução)
Agora, ao lado Kahena Kunze, Martine tentará se tornar a primeira integrante dos Grael a conquistar 3 medalhas de ouro.
Quem também integrará o Time Brasil pela terceira vez será Marco Grael, irmão de Martine. No Rio, ele ficou na 11ª posição. Já em Tóquio, terminou em 16°.
Será que a família mais vitoriosa dos esportes brasileiros ampliará a sua dinastia nos Jogos Olímpicos de Paris?
